Diácono Laurindo Visele (Missionário da Boa Nova) |
Nasci aos 29
Maio na Cidade do Cubal, interior da Província de Benguela, Angola (África), e dois meses mais
tarde fui baptizado na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus (na mesma cidade),
e mudei-me para a Cidade portuária do Lobito, juntamente com toda a minha
família. Foi nesta cidade que comecei a escrever a minha história. Ali cresci e
abri meus horizontes para o mundo; Sou o último dos sete irmãos biológicos. Meu
pai trabalhava, na altura, na CFB (Caminhos
de Ferro de Benguela) como maquinista de comboio, embora exercesse também
em tempos vagos o ofício de alfaiate.
Minha mãe
ocupava-se na maior parte do tempo das tarefas domésticas e, por vezes,
trabalhava na horta, perto de casa. Os dois formavam uma dupla de respeito, não
só para nós filhos, mas também para toda a família e vizinhança. A vida
espiritual que levavam suscitou em mim a vontade de estar cada vez mais perto
da Igreja. Comecei a acompanhar a minha mãe nas orações do terço e das vésperas
em umbundo, cujo livro era «Felivili
l´olupili», na capela São Miguel (Lobito).
Depois de
concluir a 4ª classe na então Escola primária Ngola Kiluanje do Compão (Lobito)
e, devido ao agravar-se da doença de meu pai, vimo-nos obrigados a regressar a
Cubal; e em 1991 fiz a minha primeira Comunhão na paróquia acima citada. Um ano
depois, com o estoirar da guerra de 1992, tive que interromper os estudos e
refugiei-me para o interior de Angola, na aldeia de Tchissamba (Huambo), por
coincidência, terra natal de meus avós, até o abrandar das balas. Entretanto, durante
este período de separação familiar devido ao conflito bélico, acabariam por
falecer de doença os meus pais, que tinham ficado na Cidade do Cubal. Depois
retornei à terra natal e, em 1995, aí recebi o Sacramento da Confirmação, pelas
mãos de Dom Óscar Lino Fernandes Braga,
então Bispo da Diocese de Benguela.
Sob cuidados
de minha irmã e meu primo continuei a caminhada. Incentivado por eles e pelo
meu amigo Aurélio Tchama, ingressei no grupo de acólitos e da Cruzada
Eucarística onde exerci os cargos de instrutor-chefe e secretário,
respectivamente. Seis meses mais tarde, fui nomeado pelo Páróco vice-coordenador
do MEJ. No entanto, neste mesmo período falecia a irmã que cuidava de mim.
Desafiado pela fé entrei para o grupo dos vocacionados e em 1998 fiz o
Propedêutico no Seminário Médio do Bom Pastor, (Benguela). Aí descobri que
minha vocação era missionária, e num breve contacto com o P. Matapalo (SMBN),
pedi-lhe que me ajudasse; deu-me um endereço e escrevi para o Reitor do
Seminário da Boa Nova, em Viana, P. José António. Este, por sua vez, aceitou-me
e enviou à minha casa (cidade de Benguela), o P. João de Deus (SMBN), com quem
tive as 1ªs linhas mestras de orientação para a entrada no Seminario
missionário.
No dia 11 de
Janeiro de 2000 entrei para o Seminário da Boa Nova, juntamente com 09
ex-colegas de Benguela. No meu primeiro ano, completei o ensino médio no CEIR
(Luanda). Nos três anos seguintes, frequentei e conclui com êxito o Curso Superior
de Filosofia no Seminário Maior de Luanda. E em 2005 fui para Portugal fazer o Ano
de Formação missionária. Depois fui nomeado para o Brasil e aí cursei e conclui
com êxito a Faculdade de Teologia no ISTA (B
h). Pastoralmente trabalhei como Catequista da 1ª Comunhão e do Crisma e como
Assistente da Pastoral Juvenil, Infância e Adolecência Missionária, Liga Missionária
e da JMV (Juventude Mariana Vicentina)
na Paróquia da Boa Nova (Viana); e com Catequistas,
Acólitos, Pastoral Juvenil e MEC (Belo Horizonte, MG - Brasil).
Que Deus
continue chamando, iluminando e mostrando a cada um de nós o verdadeiro caminho
para a realização da sua missão entre os homens.
Diácono
Visele
Fonte: BOLETIM
PAROQUIAL DA GABELA, Série
III – Ano XIV – N.º 51 – Abril - Junho de 2012.
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