Conclamadas e conclamados à Santidade

31/10/2012 21h02 - Atualizado em 31/10/2012 21h02
“Deus nos chamou à santidade" (1Ts 4,7).

A Igreja abre o penúltimo mês do ano, novembro, com uma belíssima celebração que homenageia todas as mulheres e homens que souberam viver segundo a “vontade de Deus” e, por isso, são santas e santos. A Igreja, reconhecendo o dom e a força de seus testemunhos radicais de fé, faz memória neste dia daquelas e daqueles que nos precederam e que, com seus exemplos de vida, convidam-nos a sermos santas e santos também.
A solenidade do dia primeiro de novembro, dia de Todos os Santos, não dá nome específico às santas e aos santos que celebramos para, desta forma, incluir tantas e tantos que chegaram ao céu e que nós desconhecemos. São as santas e os santos anônimos. Certamente muitos dos nossos entes queridos estão entre eles.
Mediante o batismo, que um dia recebemos, a santidade é nosso maior objetivo. Nossa caminhada cristã será legítima se não trairmos o batismo recebido, bem como a vocação à santidade. O desejo de ir para o céu deve motivar nossa conduta de vida e as opções que fazemos ao longo dos nossos dias. Nas mínimas coisas, revelamos se somos ou não merecedores do título de mulheres e homens de Deus.
Quem não vislumbra o céu como meta a ser atingida, ainda não descobriu a santidade nem se abriu ao convite de Jesus, que diz: “Sede Santos como vosso Pai do céu é Santo”. É próprio de quem está no caminho da santidade ser sensível às realidades do além, afinal de contas, tudo por aqui é muito efêmero e viver esquecido de que não somos daqui, de que tudo passa, exceto Deus, é uma tremenda ilusão.
Faz-se mister, na busca da santidade, não negar aquilo que somos, ou seja, mulheres e homens e, como tal, propensos ao erro e ao pecado. É do chão do que somos que brota a santidade de vida. Não queiramos negar nosso ser “gente” no desejo de sermos “santos”. Não! Isso seria um equívoco! As grandes mulheres e os grandes homens que engrossam as fileiras das santas e dos santos partiram do que eram para chegarem ao que são. Nossos pecados e limitações, dentro da dinâmica da conversão, são os meios que dispomos para chegar ao céu. E quando caímos, é porque estamos subindo. É preciso saber lidar com a nossa humanidade, num esforço perene de sermos, a cada dia, pessoas melhores, abertas à ação do Espírito Santo de Deus, e assim sendo, experimentar a santidade já aqui, no dia a dia, em meio à labuta da existência.
Convido a todas e todos que buscam a santidade de vida, a lerem a história dos santos da nossa Igreja. Eles nos ensinam a “abrir as portas da existência a Cristo Jesus”. Temos muito a aprender com a saga heróica protagonizada por aquelas e aqueles que estão no céu.
Francisco de Assis Lucas 

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