“Deus nos chamou à santidade" (1Ts 4,7).
A Igreja abre o penúltimo mês do ano, novembro, com uma
belíssima celebração que
homenageia todas as mulheres e homens que souberam viver segundo a “vontade de
Deus” e, por isso, são santas e santos. A Igreja, reconhecendo o dom e a força
de seus testemunhos radicais de fé, faz memória neste dia daquelas e daqueles que
nos precederam e que, com seus exemplos de vida, convidam-nos a sermos santas e
santos também.
A solenidade do dia primeiro de novembro, dia de Todos os
Santos, não dá nome específico às santas e aos santos que celebramos para,
desta forma, incluir tantas e tantos que chegaram ao céu e que nós
desconhecemos. São as santas e os santos anônimos. Certamente muitos dos nossos
entes queridos estão entre eles.
Mediante o batismo, que um dia recebemos, a santidade é
nosso maior objetivo. Nossa caminhada cristã será legítima se não trairmos o
batismo recebido, bem como a vocação à santidade. O desejo de ir para o céu deve
motivar nossa conduta de vida e as opções que fazemos ao longo dos nossos dias.
Nas mínimas coisas, revelamos se somos ou não merecedores do título de mulheres
e homens de Deus.
Quem não vislumbra o céu como meta a ser atingida, ainda não
descobriu a santidade nem se abriu ao convite de Jesus, que diz: “Sede Santos como
vosso Pai do céu é Santo”. É próprio de quem está no caminho da santidade ser
sensível às realidades do além, afinal de contas, tudo por aqui é muito efêmero
e viver esquecido de que não somos daqui, de que tudo passa, exceto Deus, é uma
tremenda ilusão.
Faz-se mister, na busca da santidade, não negar aquilo que
somos, ou seja, mulheres e homens e, como tal, propensos ao erro e ao pecado. É
do chão do que somos que brota a santidade de vida. Não queiramos negar nosso
ser “gente” no desejo de sermos “santos”. Não! Isso seria um equívoco! As
grandes mulheres e os grandes homens que engrossam as fileiras das santas e dos
santos partiram do que eram para chegarem ao que são. Nossos pecados e
limitações, dentro da dinâmica da conversão, são os meios que dispomos para
chegar ao céu. E quando caímos, é porque estamos subindo. É preciso saber lidar
com a nossa humanidade, num esforço perene de sermos, a cada dia, pessoas
melhores, abertas à ação do Espírito Santo de Deus, e assim sendo, experimentar
a santidade já aqui, no dia a dia, em meio à labuta da existência.
Convido a todas e todos que buscam a santidade de vida, a
lerem a história dos santos da nossa Igreja. Eles nos ensinam a “abrir as
portas da existência a Cristo Jesus”. Temos muito a aprender com a saga heróica
protagonizada por aquelas e aqueles que estão no céu.
Francisco de Assis Lucas
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