13/02/2013 9h15 - Atualizado em 13/02/2013 9h15
À força de tantas vezes repetir:
”lembra-te que és pó e em pó te vais tornar...” vou-me convencendo que sou pó!
Pó mesmo! Agora pó levantado. Depois (não sei quando!) pó caído. Pó, cinza,
terra, chão, impureza. A Quaresma começa com a consciência de nossa impureza,
para terminar com a valorização da água. A água do Batismo que nos lavou e nos
introduziu numa vida nova.
Uma semente peregrinou pelo ar.
Caiu em terra fértil. Abraçada pelo calor da mãe terra, nasceu, cresceu e
tornou-se árvore frondosa, perfumou o ambiente, embelezou a paisagem. Deu
folhas, sombra e frutos. Mas também para ela chegou o Outono da existência.
Envelheceu, caiu e o irmão fogo a engoliu como venenoso dragão. E aí está o
fenômeno da cinza. Na quarta feira de cinzas, caindo sobre o teto de nosso
cérebro, a cinza nos convida a pensar sem ilusões. Estamos em trânsito, rumo à
vida plena. Não somos passageiros cansados, desiludidos e sem ajuda. Precisamos
de aceitar o esforço da caminhada, sair do nosso deserto estéril e nos lançar
na procura de uma nova terra com horizontes de eternidade.
É Quaresma. Tempo com encontro
marcado com aquilo que somos, isto é, com nosso nada. Vivemos carregados de
sonhos, inutilidades, coisas supérfluas, vaidades... Um dia, despidos desses
artifícios e ilusões, saberemos nossa real identidade. Quaresma é tempo de
alerta! Uma forma de nos convencer da miséria que somos e do valor e dignidade
de que estamos investidos em Cristo. .
Na secura do deserto e com a
fraqueza provocada pelo jejum, Jesus sentiu a tentação. Foi solicitado a
mostrar poder, a fazer milagre fácil, a ter coisas com fartura. Jesus resistiu.
Tentador não teve êxito. E quem está com Jesus, embora seja também tentado,
terá força para resistir. Quem dera que isso aconteça sempre comigo e consigo,
amigo leitor!
Do blog: http://www.paroquiadechapadinha.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário